quinta-feira, 17 de outubro de 2013

REVISTA COFI RESGATA O ROMANTISMO DA FILATELIA

O final daquela manhã estava bem calmo. 
Só o canto dos pássaros é que se podia ouvir por perto.
De repente, os cachorros se agitam numa já tradicional algazarra.
 É o carteiro!- Pensei! 
E logo, ele colocava as correspondências em minha caixa de correio física. 
Sim; porque hoje, nestes tempos de tecnologia cada vez mais avançada, quando se fala em correio, o que vem à cabeça é o eletrônico. Fui até o portão e apanhei os envelopes deixados. Entre eles, a nova edição da Revista Correio Filatélico, editada pelo Departamento de Filatelia e Produtos dos Correios. 
Num instante, um daqueles antigos filminhos rodou pela minha cabeça e retornei lá pelo início dos anos oitenta, quando conheci a publicação e por ela, a exemplo de tantos filatelistas do Brasil e exterior, também me apaixonei. Recordo inclusive, que naqueles tempos não havia nada similar em qualquer parte do globo que eu tivesse conhecimento. Ali, os editores traçavam um perfil sobre os lançamentos, traziam matérias especiais e uma gama de novidades que a gente esperava ansioso pela próxima edição. Curiosamente, ainda não consegui completar toda a coleção, mas me faltam poucos exemplares para tal empreitada. Algumas eu tive a oportunidade de encadernar e outras, a grande maioria, ainda aguarda pela chance. 

Pois bem; esta edição que me chega às mãos, a de nº 229 conseguiu me avivar a mente e fiquei com ela em minhas mãos sentindo aquele característico aroma da impressão e folheando suas páginas como “antigamente”. Essa nostalgia impressa veio de encontro ao meu pensamento, já que mesmo diante da tecnologia e das facilidades todas que dispomos, muita gente ainda insiste, por exemplo, em mandar cartas, ouvir disco de vinil ou tocar uma fita cassete e tem ainda aqueles que fuçam o mundo atrás de uma câmera polaroide ou de um modelo mecânico, usando filme de 35 milímetros. 
Em suma; o tempo avança e nossas antigas tradições caminham, a duras penas, neste paralelo um tanto desleal. Não seria diferente com a nossa tradicional revista de informação filatélica, a Cofi, como a maioria a chama, que já atravessou todas as fronteiras e todas as crises que bateram na nossa cara nas décadas que se foram. Outrora mensal, a revista passou por períodos complicados e virou uma publicação trimestral que infelizmente, nos chega às mãos com relativo atraso, o que a transforma em semestral, mas sem tirar os méritos e esforços de todos os que se envolvem em sua produção e, diga-se de passagem, ao longo dos anos, entre altos e baixos, idas e vindas, têm mantido sua linha editorial perfeita. 
O que me leva hoje a fazer esta abordagem, é que de repente, alguém redescobriu a verdadeira Cofi, como ela era feita antigamente e porque arrebatava uma legião de leitores.
 Pode parecer estranho, mas é puro romantismo com boas pitadas de paixão. Muitas vezes uma criação se eterniza e a gente percebe quando um dedo estranho faz modificações que de certo modo agridem nossos olhos. 


Pelo que observo, a Cofi hoje passa por um novo olhar cuja redescoberta do “antigo” a fez pulsar mais forte outra vez. 
Bem recheada com artigos e informações e bem ilustrada também, a Cofi que ora me chega traz consigo aquele requinte dos velhos e bons tempos, ou quem sabe, dos “anos dourados da filatelia brasileira.”
 Não que a filatelia esteja em decadência, mas infelizmente, grande maioria dos nossos mais afamados filatelistas já se foram, deixaram saudade por suas coleções e por seus artigos sempre muito úteis.
Não seria justo citar alguns nomes e deixar outros esquecidos, da mesma maneira que não seria justo também citar nomes da equipe da Cofi de hoje e esquecer os daqueles que, ao longo da jornada contribuíram para que a revista seguisse adiante cumprindo o seu importante papel de informar. 

As vezes a gente critica, as vezes a gente elogia, na maioria das vezes a gente precisa sim, de um veículo abrangente, envolvente e que preserva em si um coração todo próprio, que pulsa, pulsa e nos leva a acreditar que todo resgate vale uma vida, é claro, e que esta nova vida, a exemplo da transformação da lagarta em borboleta, nos promete muitas cores e muitos voos em direção a um brilhante futuro para a nossa filatelia.
De parabéns toda a Equipe do Correio Filatélico e fico por aqui, continuando minha leitura e podem apostar: aguardando a nova edição!

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