sexta-feira, 26 de outubro de 2012

BONDINHO DO PÃO DE AÇÚCAR - 100 ANOS DE PURA EMOÇÃO!

 Para quem já teve a oportunidade de visitar a Cidade Maravilhosa, é evidente que, se não foi dar um passeio no Bondinho do Pão de Açúcar, pelo menos dedicou alguns minutos para observar sua passagem lá no alto. Hoje se completam 100 anos desde a sua inauguração no dia 27 de outubro de 1912, e que o tornou o primeiro teleférico instalado no Brasil e o terceiro no mundo. Aos poucos, o Bondinho se transformaria num dos mais conhecidos cartões-postais em todo o planeta e ao longo de suas idas e vindas, passaria sim, por diversas transformações, acompanhando toda a evolução que o progresso imprime a todos nós.
No século 16, o açúcar que partia da Ilha da Madeira com destino à Europa era mantido em cones conhecidos como pães de açúcar e como eram moldados em vasos que lembravam a forma de um sino, logo foram comparados à pedra fundamental de granito, com 396 metros de altura, que flanqueia a entrada da Baía de Guanabara, originando daí o nome de batismo “Pão de Açúcar” pelos portugueses. As obras de edificação e instalação do teleférico tiveram início em 1909 e três anos mais tarde os bondinhos chegavam prontos, vindos da Alemanha. Inicialmente, o trecho percorrido ligava a Praia Vermelha ao Morro da Urca, com 528 metros e em janeiro de 1913, ligaria também o Morro da Urca e o Pão de Açúcar, ficando com uma extensão de 750 metros. 
O passeio permite que as pessoas tenham uma visão em 360 graus que cobre todos os principais pontos atrativos do Rio de Janeiro e que ao longo dessas dez décadas já atraiu a atenção e trouxe para cá milhares de turistas que voltam para casa realmente fascinados com toda a beleza do cenário, cuja visão ampla só é mesmo possível através de um passeio pelo bondinho. Ao completar cem anos, o Bondinho do Pão de Açúcar reafirma o poder de realização de um engenheiro visionário, Augusto Ferreira Ramos, que encarou todos os desafios para permitir tamanho feito para a época. E depois dele, coube a Cristóvão Leite de Castro dar continuidade a esse sonho e modernizar o sistema. Para celebrar o centenário do Bondinho, os Correios lançam hoje, no Rio de Janeiro um Bloco comemorativo em homenagem a esse complexo composto por edificações e pelo meio ambiente, que reafirma a identidade do lugar como marco histórico, geológico e Patrimônio Cultural Nacional. 
O Bloco reproduz uma fotografia feita em uma tarde de céu límpido, registrando a saída de mais um passeio de turistas no Bondinho que proporciona fortes emoções àqueles que, de todas as partes, se deslocam ao Rio de Janeiro para curtir e ver de perto as maravilhas dessa terra abençoada e bonita por natureza. A peça apresenta também as logomarcas do centenário do Bondinho e a da Exposição Filatélica Mundial Brasiliana 2013. (Foto do selo de autoria de Marluce Balbino).

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O MUNDO VAI GIRANDO NAS PATAS DOS CAVALOS


 Na medida em que o tempo avança, surgem pelo nosso caminho de vida, inúmeros desafios. Lá na infância, por exemplo, o maior deles é aprender a andar, coisa que muitos e muitos anos mais tarde, a gente vai vivenciar com muita emoção perante os nossos filhos. Em outras paragens, vamos por assim dizer, um desafio interessante é observar o homem do campo domando um cavalo e tantos outros tentando cavalgar pela primeira vez.
De toda maneira, um dos grandes desafios no que diz respeito à filatelia temática, é o colecionador poder criar uma coleção realmente fascinante e completa e, dentre tantos temas, os cavalos ganham destaque em todas as partes. Primeiro porque os cavalos realmente apaixonam a maioria das pessoas e depois, porque os selos produzidos na grande maioria das ocasiões, são majestosamente vistosos. Fazia tempo que eu me preparava para voltar a esse assunto tão interessante e recordo que há cinco anos, quando ainda assinava a página do Jornal do Colecionador, no Jornal O Estado do Paraná, publicava um artigo, ainda que pequeno, para falar um pouco sobre os cavalos na filatelia. Evidente que se trata de um tema tão complexo que seriam necessárias páginas e mais páginas para se abordar todos os apectos que dizem respeito as mais váriadas raças equinas ao longo da história do mundo, desde o seu surgimento até nossos dias, passando pelas mais variadas transformações. 
 Não é, portanto, possível trilhar por este caminho, mas é viável “trotear” um pouco para ao menos, incentivar novos filatelistas e pensarem com carinho nesse tema praticado por muita gente mundo afora. Ao longo da história do homem, os cavalos sempre estiveram presentes, ocupando diversas funções de apoio nos transportes, nas atividades agrícolas, nas guerras, nos serviços postais ou em acirradas competições que movimentam fortunas no turfe mundial. Através do tempo, muitas raças foram mantidas sem que houvesse uma mistura e isto fez com que muita gente passasse a se dedicar à criação de puros sangues transformando tal atividade numa das mais rentáveis no mercado mundial. Atualmente, o resultado desse trabalho primoroso pode ser visto em exposições e leilões de cavalos que movimentam milhares de dólares mundo afora e que fazem do cavalo muito mais do que um animal forte e de presença marcante. 
 Diante desses atributos, não é de se estranhar que o volume de emissões filatélicas alusivos aos cavalos seja cada vez maior, já que através do selo postal, cada país pode exaltar suas raças e ao mesmo tempo divulgá-las para o mundo. Tais emissões fazem com que os catálogos especializadas ampliem suas páginas a cada nova edição e consequentemente, levam os colecionadores a buscar, em todas as partes, as novas peças que lhe interessam para aprimorar suas coleções. Temos então, a cada ano, dezenas de emissões de selos isolados, séries completas, blocos, folhinhas, envelopes , cartões-postais e máximos além de uma infinidade de carimbos que, juntos, proporcionam também muitos créditos a seus criadores, em geral, renomados artistas que muito bem definem seus talentos através desses fragmentos que atravessam todas as fronteiras mostrando cada vez mais um trabalho digno de ser bem apreciado. 
 Como se observa, o tema “cavalos” pode ser com toda certeza um salutar desafio àquele que topar encara-lo com seriedade e que esteja ciente de que a jornada não vai ser nada fácil. Lembro que para definir um roteiro, será interessante mergulhar em muitas pesquisas, já que os cavalos são descendentes de uma linha evolutiva com cerca de sessenta milhões de anos, numa linhagem que parecer ter iniciado com o Hyracohterium, um animal primitivo com cerca de 40 cm de altura. 
Já os antecessores do cavalo que nós conhecemos, são originários do Norte da América e se extinguiram por volta do Pleistoceno há cerca de cento e vinte mil anos. Depois surgiriam os cavalos selvagens e com eles toda a uma história de evolução que se espalhou pelo mundo trransformando esses animais em grandes atrações e grandes paixões, sejam por criadores, proprietários ou simples admiradores. 
 Das variadas raças hoje existentes, temos a Andaluz, Alter, Real, Árabe, Berbere, Bolonhês, Bretão, Crioulo, Lusitano, Paint Horse, Pônei, Quarto de Milha entre outras, todas bem distintas, vistosas e que sem dúvida alguma, através dos selos, vão dar um toque todo especial à temática que, invariavelmente,sempre será competitiva em exposições e demais eventos da filatelia.
Por essas e outras, podemos afirmar que o mundo de fato vai rodando nas patas dos cavalos e cada vez mais, eles se tornam grandes atrações e encantam multidões em todo o planeta.

SUÍÇA - ARTE POP EM SELOS POSTAIS

 O artista suíço Peter Stampfli criou três selos especiais em reconhecimentos aos 50 anos do movimento de arte pop. 
Há exatos 50 anos a sopa Campbell de Andy Warhol marcou o início do movimento pop de arte e assim, é chegado o momento de se prestar justa homenagem com a emissão desses três selos especiais que enfatizam James Bond, Bond Street e Pudim. 
Vale ressaltar que outros três selos dentro desse contexto já foram emitidos e todas as peças foram criações de Franz Gertsch, um dos mais importantesn artistas da Suíça.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

JULES RIMET E A DEUSA ALADA DA VITÓRIA

No início do século 20 o futebol começava a conquistar o mundo, ainda que de maneira relativamente lenta. A verdade é que aos poucos, com o surgimento de várias entidades desportivas, os clubes começaram a sentir a necessidade de ampliar torneios e foi assim, em diferentes partes, que o futebol foi crescendo e conquistando o coração dos torcedores. 
Havia um homem que certamente olhava para a bola não como um instrumento de competição, que pudesse medir as forças entre equipes apenas. Jules Rimet naqueles tempos já enxergava muito mais longe e assim, pode-se dizer que aquele francês era um visionário e foi assim, que decidiu criar a Copa do Mundo de Futebol cuja primeira edição viria acontecer em 1930 no Uruguai. Para uma competição envolvendo os “escretes” de vários países haveria de ter um grande prêmio e assim, a pedido de Rimet, era criada por Abel Lafleur a taça, então denominada de “Vitória”, que media 35 cm e pesava 3,8kg em ouro com liga de prata que ocupava uma base azul de lápis-lazúli, em formato octogonal apoiado por uma figura alada representando Nique, deusa grega da vitória.
A primeira Copa do Mundo no Uruguai não reuniu um número expressivo de seleções e o país sede conquistou aquela edição e viria repetir a dose vinte anos mais tarde quando de sua realização aqui no Brasil. A Taça da Vitória viria a ser renomeada em 1946 para homenagear o então Presidente da FIFA, Jules Rimet, nascido em Theuley-les-Lavancourt, em 1873 e que viria falecer em 16 de outubro de 1956. A Taça Jules Rimet, como ficara conhecida em todo o mundo ganharia páginas na história, páginas de glórias e muitas passagens envoltas em misteriosos crimes de roubo. Durante o período da Segunda Guerra Mundial, por exemplo, as edições da Copa do Mundo então programadas, foram suspensas e a taça ficou escondida na casa de um desportista italiano, de nome Otorino Barassi que a colocou numa caixa de sapatos e a deixou embaixo da cama. 
Mas existem afirmações de que ele a teria enterrado no quintal de sua casa. Encerrado o conflito, o mundo jamais seria o mesmo, mas o futebol; este seguiria cada vez mais forte, muito mais técnico, com suas regras cada vez mais sendo definidas e é claro, a Copa do Mundo voltaria à cena, desta vez em terras brasileiras, onde sequer se podia pensar que aqui, um dia se chamaria de “país do futebol”. Perdemos a Copa de 50 e aquilo abalou o já fanático torcedor brasileiro que iria ver em 54 uma seleção apática lá na Alemanha, mas que em 58 iria sim, comemorar a primeira conquista da Taça Jules Rimet, com o feito se repetindo já na copa seguinte no Chile. Até ali, só o Uruguai era bi-campeão e se conquistasse o terceiro titulo ficaria em definitivo com a taça, conforme fora estabelecido por Rimet que achava que levaria muito tempo para que alguém chegasse a tal feito. Mas não demorou tanto assim e já em 1970, em solo mexicano o Brasil conquistava o tri-campeonato com aquela que até hoje é considerada a melhor seleção de futebol de todos os tempos.
 Não se pode esquecer que o gesto de erguer a taça com as duas mãos sobre a cabeça foi feito pela primeira vez pelo capitão Bellini em 1958 e depois outros copiariam o gesto que se tornou praticamente obrigatório em qualquer conquista. 
 Em 1966 na copa da Inglaterra a taça ficou exposta no Center Hall de Westminster, em Londres, junto com uma exposição filatélica e mesmo diante de uma intensa vigilância, o troféu desapareceu, no dia 20 de março de 1966. O caso ganhou o noticiário internacional e obrigou a Scotland Yard a trabalhar rapidamente para encontrar a taça. Um suspeito foi preso, mas nunca disse ter sido o autor do roubo e muito menos onde estaria o troféu. Foi preciso a ajuda involuntária de um cão, de nome Pickles cujo dono, David Corbette o levara a passear quando descobriu que o cãozinho farejava algo estranho entre os arbustos. 
Pickles, o cãozinho que encontrou a taça.
Era a Taça Jules Rimet que recuperada, naquela edição ficaria lá, em solo inglês. Após a conquista definitiva da Taça Jules Rimet pelo Brasil, ninguém poderia imaginar que o troféu poderia ser roubado e isto infelizmente aconteceu em 20 de dezembro de 1983 quando se noticiava que o mais importante troféu das conquistas futebolísticas do Brasil havia sido derretido para a venda de seu ouro. Fora com ela toda uma rica e maravilhosa história de verdadeiro culto ao esporte e somente três anos mais tarde é que a Eastman Kodak, através da FIFA, ofereceu à CBF uma réplica com 1,875 quilogramas de ouro e que se encontra hoje no acervo da entidade. 
JULES RIMET E A FILATELIA 
Não teria sido possível chegar até aqui sem exaltar a história daquele maravilhoso troféu tão cobiçado por futebolistas de todo o mundo e que, através de sua existência, pode proporcionar as mais acirradas disputas e revelar ao mundo os maiores nomes do futebol. 
Mas filatelicamente falando, a Taça Jules Rimet e seu idealizador possuem uma gama de emissões de selos e demais peças que, ao longo de 40 anos entraram em circulação para divulgar, exaltar eventos e mostrar conquistas. Pode-se muito bem abrir um capítulo temático apenas em torno da Taça Jules Rimet, revelando interessantes e curiosas emissões que vão desde selos comemorativos, blocos, folhinhas até chegar a envelopes, todas peças que de maneira geral ganharam uma significativa valorização. Para quem é apaixonado por futebol e por selos postais, o desafio é grande, tão grande quanto uma seleção superar as eliminatórias, superar as demais seleções classificadas e chegar à final deste que é o maior evento futebolístico do mundo e que dentro em breve estará acontecendo aqui no Brasil. 
Para quem estiver a fim de encarar o desafio, lembro que é interessante assinalar um roteiro partindo inicialmente da figura de Jules Rimet, passando pelas emissões que enfatizam a taça e não se esquecendo das peças que fazem alusão às conquistas daquele troféu pelas seleções do Uruguai, Itália, Alemanha, Inglaterra e Brasil. A viagem é longa, o desafio é salutar e o resultado final, com toda certeza, será uma coleção valiosa, curiosa e sempre muito oportuna.