Evidente que no tempo do homem das cavernas sequer havia uma linguagem padrão. Talvez um grunhido ou dialeto confuso, mas é certo que de alguma maneira eles se entendiam. Imagino que o primeiro grande desafio daqueles nossos ancestrais tenha sido a caça, utilizando algum tipo de arma rudimentar. De qualquer maneira, nas cavernas então descobertas pela civilização moderna, as inscrições e desenhos bem demonstram o que eles faziam e encaravam.
Dali em diante, desafiar o desconhecido e enfrentar imprevistos passou a ser a grande saga de alguns homens que escreveram com heroísmo seus nomes no grande livro da história humana.
Tais desafios são tantos que seria difícil relacionar aqui essas diferentes e arriscadas atitudes que muito contribuíram para com a nossa evolução e também ao progresso e desenvolvimento de toda a humanidade.
Em 2008 quando ainda escrevia o Jornal do Colecionador nas páginas de O Estado do Paraná, fiz um pequeno ensaio sobre este tema que acho fascinante e filatelicamente, tão desafiador quanto os caminhos trilhados por homens como Roald Amundsen, o primeiro a chegar ao pólo sul ou então, Robert Peary, o primeiro a alcançar o pólo norte.
Que dizer então da façanha de Edmund Percival Hillary que na companhia do sherpa Tenzing Norgay alcançou o ponto mais alto do planeta, o Monte Everest?
Assim como eles, que foram os primeiros a realizar tais façanhas, iremos para sempre lembrar do primeiro homem que foi ao espaço, o russo Yuri Gagarin e do primeiro homem a pisar o solo lunar, o astronauta americano Neil Armstrong.
Seguindo a trajetória de grandes desafios, vamos alçar o primeiro vôo em balão tripulado, que coube a Jean François Pilatre de Rozier e mais tarde, o desafio de alçar vôo com algo muito mais pesado do que o ar. E aqui entra o brasileiro Alberto Santos Dumont com o seu 14-Bis.
Alguns desses feitos são mais lembrados do que outros, até porque tudo depende da magnitude dessas conquistas e de como elas remexeram nas intermináveis linhas da nossa história.
Existem outros grandes feitos cuja importância apenas marcou a época em que foram realizadas, como por exemplo, o primeiro atleta a vencer a maratona nos Jogos Olímpicos da Era Moderna, feito que coube ao grego Spirídon Louis. Em se tratando de esportes, quem ai lembra ou sabe quem foi que marcou o primeiro gol no Estádio do Maracanã? – Foi o botafoguense Didi, grande estrela também da seleção brasileira.
Temos ainda as figuras de Sacadura Cabral e Gago Coutinho, que foram os primeiros a fazer a travessia do Atlântico a bordo de um hidroavião e dessa maneira, a gente vai descobrindo outros nomes, como James Cook, Cristóvão Colombo, Pedro Álvares Cabral entre outros.
Quando fiz meu ensaio, pensei na possibilidade de se formar uma coleção de selos diferente, utilizando vários temas dentro um contexto específico que denota ser o número um.
Claro que é um grande e audacioso desafio, que exige muita pesquisa, já que neste campo, como eu disse, existem muitos personagens que foram os primeiros a desenvolver uma série de objetos, máquinas e projetos que foram, ao longo do tempo ganhando os devidos aperfeiçoamentos.
Assim, verificando alguns dos personagens aqui citados, descobri que existem muitas emissões filatélicas que fazem referência a eles. É pena que alguns ainda não tiveram a sorte de ser lembrados pela filatelia, mas é tudo uma questão de tempo e de boa memória.
Diferentemente dos variados temas filatélicos, esta minha sugestão evidentemente que foge talvez à regra, já que ao meu entender, provocará uma miscelânea de temas unidos apenas pelo objetivo dos primeiros conquistadores, inventores, esportistas entre outros.
Acredito que filatelistas temáticos avançados sejam as pessoas credenciadas para uma análise da minha sugestão para que assim, se possa saber da real possibilidade de se formar uma coleção como a sugerida e se evidentemente aceita, quais a regras para que seja formada seguindo os parâmetros do gênero na hipótese de a mesma participar de uma exposição competitiva.
É notório que a maioria dos selos que tratam desses personagens citados são peças emitidas há vários anos e por certo, muitas delas são raras ou difíceis de serem adquiridas. Isto me leva a crer que o desafio se torna ainda maior, mas com resultados positivos e surpreendentes.
Como são muitos os “primeiros” em diferentes áreas de atuação humana, creio que o melhor caminho seja a escolha de feitos realmente marcantes e dentro de uma minuciosa ordem cronológica.
Fica aqui este pequeno registro na forma de uma sugestão desafiadora que também pode levar muitos colecionadores a adentrarem em temáticas pouco exploradas e que assim, poderão no futuro ganhar destaque numa exposição.
Os primeiros serão para sempre lembrados, seja por uma grande maioria de pessoas no planeta, seja por minorias em suas terras de origem. Todos os feitos e seus efeitos ajudam a impulsionar a filatelia, até porque essas emissões comemorativas, na maioria dos casos, se transformam em registros vivos das ações de homens e mulheres que, cada um a seu tempo, transformam seus desafios em grandes exemplos para as gerações futuras.
E por falar em futuro; muito breve teremos o primeiro homem a chegar ao planeta Marte. É só uma questão de tempo e preparação porque os desafios da humanidade são infinitos.
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