domingo, 25 de outubro de 2009

QUANDO OS SELOS AGUÇAM NOSSOS SENTIDOS

Não há nada mais salutar do que se deixar levar pelo tempo observando alguns selos postais que repentinamente nos chegam às mãos. Os diversos países de origem, os temas curiosos, as informações em poucas palavras que refletem todo o conjunto de uma cultura entre outros aspectos que só a filatelia nos permite descobrir na forma de um prazeroso passatempo.
Imaginem então ter nas mãos alguns selos que nos permitem aguçar todos os sentidos e mais notadamente o tato. Foi dentro desse contexto de sentir que os Correios de Portugal fizeram circular recentemente uma interessante série de selos, composta por cinco peças e um bloco contento um sexto selo, seguindo a proposta da União Postal Universal para que fosse comemorado o bicentenário do nascimento de Louis Braille (1809-1852), inventor de um sistema de combinações de pontos salientes, aplicável à leitura, à escrita, ao cálculo e à música, para deficientes visuais.
No mesmo instante em que vi os selos, lembrei de que o Brasil foi o primeiro país no mundo a emitir um selo postal utilizando esses caracteres em Braille, o que nos colocou ainda mais em evidência no que diz respeito à filatelia mundial.
Os selos portugueses, cuja série é intitulada “Os Selos e os Sentidos”, nos transportam um pouco além e nos fazem perceber o quanto nossos sentidos são importantes para uma vida equilibrada e saudável embora, saibamos que milhões de pessoas no mundo todo sofrem por alguma deficiência.
Estas peças dedicadas aos cinco sentidos, permitem experimentar reais interações físicas, onde o tato sente a tinta impressa em relevo, o olfato recebe o aroma do café, a visão identifica, nas lentes dos óculos, imagens holográficas que se alteram;o gosto identifica o sabor de baunilha na goma do selo e o ouvido é sensível ao ruído da lima quando friccionada à sua superfície rugosa e áspera.
Como se observa, trata-se de uma primorosa emissão que merece todo o destaque, não apenas por se tratar de mais uma emissão temática de grande relevância, mas porque, ao mesmo tempo, nos faz refletir sobre todas as sensações que integram nossas vidas no dia a dia e dentre todas, o ato de colecionar selos e de se deixar levar pelo tempo dando-lhes as devidas atribuições no álbum.
Realmente, a filatelia nos surpreende a todo instante e a cada dia que passa, nós filatelistas, temos que nos sentir honrados cada vez que uma administração postal faz circular peças de tamanha importância como o fez Portugal.

Mais informações em http://www.ctt.pt/

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