segunda-feira, 25 de março de 2013

A FOLHA QUE O VENTO NÃO LEVOU

Durante longos 18 anos mantive, toda semana, minha página do “Jornal do Colecionador” nas páginas do Jornal O ESTADO DO PARANÁ. Recordo da primeira página onde eu fala sobre selos lotéricos, então emitidos pelo Japão e depois, de tantas outras voltadas à filatelia temática e que me renderam uma enorme bagagem de conhecimentos. Também não posso esquecer, mais ou menos um ano depois, da primeira página com ilustrações em cores, já que anteriormente o espaço era em preto e branco. Daí por diante, o Jornal do Colecionador começou a ganhar leitores fiéis todos os domingos e assim, a render muitas e muitas cartas oriundas de diversas cidades do interior do Estado.
Dentre tantas, duas me surpreenderam, por que partiram da iniciativa de duas professoras que estavam, naqueles tempos, utilizando as páginas como auxílio pedagógico em suas aulas e, evidentemente, por estarem em regiões distantes das casas filatélicas, necessitavam de selos postais para dividir entre seus alunos. Nesta época, duas filatélicas aqui de Curitiba foram primordiais para ajudar na empreitada, a Pires Filatelia, do amigo Lindolfo Pires e a Filatélica Olho de Boi, do amigo e professor Cael. Lá iam pelo correio os selos e por lá, acredito, as aulas se tornavam mais produtivas e divertidas. Coisas que só a filatelia pode proporcionar de uma maneira prática e simples e, ao mesmo tempo, um tanto educativa. 

Com a expansão da página e de sua participação em diversos eventos filatélicos, começaram a surgir os reconhecimentos, através de várias medalhas, entre bronze, prata e prata grande, num total de 16 peças que vieram comprovar a importância daquele trabalho e é claro, mostrar que a responsabilidade aumentava a cada edição. Pois bem; ao longo daqueles 18 anos, que tiveram início em 1992, entreguei meu material fielmente, todas as quartas-feiras no início da noite nas mais diferentes formas: a pé, de bicicleta e de ônibus. Fosse dia seco ou chuvoso, quente ou frio. A missão tinha que ser cumprida e não faltou o apoio de muitas pessoas para que isto fosse possível. Na redação do jornal, meu grande amigo José Guilherme era o editor do caderno especial, onde o material era publicado e, num daqueles lances de brincadeira, me apelidou de “Pedro Selo” e depois de “Peter Sellos” numa alusão ao ator Peter Sellers. 
Começava a era dos e-mails e ficou, portanto “Petersellos”. Histórias que só a filatelia nos concebe através da paixão que nos arrebata e sendo assim, dentre as mais de 900 páginas escritas, algumas foram marcantes, como a página da edição do dia 03 de janeiro de 1999, quando a gente estava na virada do ano e decidi fazer algo voltado para a ocasião. A página ficou bonita, vistosa e deu uma característica toda especial naquele dia. Remexendo em minhas pastas, deparei com ela dia desses e decidi reproduzir todo o seu conteúdo em nosso espaço, aproveitando as facilidades da nossa atual tecnologia. Evidente que num dos textos eu atualizei para 2013, mas o restante é fiel à época, inclusive as ilustrações, com selos sul-africanos que me deram hoje um trabalhão danado para localizar na internet. Na época, os extrai de uma revista que recebi da administração postal daquele país. Agora, os convido para acompanhar esta “página”, que aqui, nesta entrada de outono denomino carinhosamente de “folha”. Sim; a folha que o vento não levou! Aquela folha que a gente encontra dançando ao vento e que por alguma razão, acaba dentro de um livro como uma espécie de recordação de instante mágico da vida que só a alma consegue compreender.














Foram 542 semanas repletas de novidades no campo do colecionismo, em especial a filatelia. Ao longo de 98, estivemos empenhados em buscar sempre o melhor, procurando orientar, informar e indicar, principalmente aos nossos leitores mirins os melhores caminhos no tangente ao início de uma coleção.
 Hoje, nossa primeira edição de 99, decidimos fugir um pouco do convencional e dedicar o espaço a todas as pessoas, independente de suas coleções, porque exatamente hoje, para nós, é um novo começo e para cada um de vocês, certamente que também é.
Portanto, vamos juntos reavaliar nossas atitudes passadas visando assim, prosseguir a jornada com justiça, dedicação e, acima de tudo, honestidade, que é o que mais estamos precisando neste País atualmente.
 Que 1999 seja para todos vocês um ano repleto de realizações e de muita paz. E que a realização dos seus sonhos seja uma realidade, uma merecida vitória pelos seus esforços.



segunda-feira, 18 de março de 2013

ILHAS FAROÉ - FRUTOS DO MAR

 Apreciados em diferentes regiões do planeta, os chamados frutos do mar são cada vez mais procurados e fazem de muitos restaurantes um ambiente requintado. Caros em função de uma série de questões, esses frutos do mar só são mais baratos para quem os retira de seus ambientes naturais, os pescadores. Mas nos grandes centros, saborear uma deliciosa lagosta, um ótimo camarão e um suculento caranguejo ainda é para uma minoria mais abastada. Os correios das Ilhas Faroé acabaram de lançar esta interessante série de quatro selos para exaltar esses frutos do mar lá encontrados e que hoje, estão também entrando num outro patamar comercial que diz respeito à criação em cativeiro. A prática visa incrementar o comércio dessas espécies dando também melhores condições e oportunidades a todos os que se envolvem no projeto. Embora a lagosta e o caranguejo sejam fartos por lá, o mesmo não ocorre com o camarão, cuja produção natural é pequena em função das condições da água, um tanto gélidas para que a espécie se reproduza com a mesma facilidade das regiões tropicais. Como se observa, eis mais uma série de selos interessantíssima para quem se dedica a um tema específico ou mais abrangente sobre espécies marinhas.

LUTA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL

Com lançamento previsto para a próxima quinta-feira, dia 21/03, o mais recente selo postal dos Correios faz referência importante à Luta Contra a Discriminação Racial. Integrando a Série América, o selo em questão apresenta três rostos em perfil, simbolizando a diversidade racial onde, o perfil na cor preta se estende até a apresentação desta luta no centro da margem inferior. A figura do perfil colorido com estampas destaca pessoas negras em situação cotidiana, profissionais, família e atletas, em igualdade de oportunidades, caminhando sobre uma rampa que se transforma na faixa central da bandeira nacional, representada ao lado direito do selo. No esquerdo, o desenho do Congresso Nacional sob os símbolos da União Postal das Américas, Espanha e Portugal-UPAEP e da Organização das Nações Unidas. 
O selo foi trabalhado pela artista Ariadne Decker e a escolha do dia 21 de março para seu lançamento se deve ao fato de que em no dia 21 de março de 1960, em Sharpeville, África do Sul, a polícia do apartheid, regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994, atirou contra um grupo de manifestantes desarmados, matando 69 e ferindo 180 pessoas. Na origem do protesto estava o repúdio à Lei do Passe, que constrangia e humilhava a população negra, cerceando sua liberdade de circulação. O episódio, de grande impacto mundial, ficou conhecido como “Massacre de Sharpeville”.